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HÁ MITOS NA BÍBLIA SAGRADA?

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Mensagem  Thiago Eddine Qua Nov 17, 2010 3:15 pm

HÁ MITOS NA BÍBLIA SAGRADA?

Os integrantes do liberalismo teológico defendem que a Bíblia Sagrada é um livro cheio de mitos.

Os liberais sempre estiveram certos ao dizer isso, muito embora não da maneira como empregam esse termo. Muitos mitos eram abundantes no mundo religioso do Antigo Oriente em torno de Israel, bem como nas religiões na época da igreja apostólica do primeiro século. Por conseguinte os escritores bíblicos registram vários deles em suas obras.

No Antigo Testamento encontramos um bom número desses mitos. Há a crença dos cananeus em seus deuses chamados Astarote, Renfã, Dagom, Adrameleque, Nibaz, Asima, Nergal, Tartaque, Milcom e Baal. Sobre esse último, há o mito de que podia responder com fogo ao ser invocado por seus sacerdotes. Há também o mito egípcio de que o Nilo, o Sol, e o próprio Faraó, eram divinos, o mito filisteu do deus-peixe Dagom, e de que o Deus de Isreal precisava de uma oferta de hemorróidas e ratos para ser apaziguado. Para não falar do mito cananeu da rainha dos céus, que exigia incenso e libações (bolos) dos seus adoradores (Jr 44.17-25). Um outro mito presente na Bíblia é que o Sol a Lua e as Estrelas eram deuses, crença que sempre foi popular entre os judeus e radicalmente combatida pelos profetas (2 Rs 23.5,11; Ez 8.16). O mito pagão de monstros e serpentes marinhas é mencionado em Jó, Salmos e Isaías, em contextos de luta contra o Deus de Israel, em que tais monstros representam os poderes do mal, os povos inimigos de Israel (Jó 26.10-13; Sl 74.13-17; Is 27.1). A lista é enorme. Há muitos mitos desse tipo espalhados pelos livros do Antigo Testamento.

Os profetas, apóstolos e autores bíblicos se esforçaram por mostrar ao povo de Deus que os mitos eram conceitos humanos. Esforçaram-se por chamar esse povo a se submeter à revelação de Deus que se manifestou poderosa e sobrenaturalmente na história humana. Sempre souberam a diferença entre os mitos e os atos salvadores de Deus na história. Por conseguinte, sempre estiveram empenhados em separar mitologia de historia real e invenções humanas da revelação divina. Foram os pioneiros da demitologização. Elias acabou com o mito Baal no alto do Carmelo. Moisés enterrou o mito do Nilo, do Sol e do próprio Faraó, provando pelas pragas que caíram sobre eles que aquelas divindades não passavam de mitos. E quando queimou o bezerro de ouro e o reduziu a cinzas, encerrou a ideia de que foi o bovino dourado quem tirou o povo de Israel do Egito. O próprio Deus se encarregou de mostrar que o Dagom, deus-peixe dos filisteus não passava de um mito, quando a imagem de Dagom caiu de bruços diante da Arca do Senhor e teve a cabeça cortada (1 Sm 5.2-7).

No Novo Testamento, o apóstolo Paulo se refere por quatro vezes aos mitos. De acordo com o apóstolo, mitos são histórias profanas inventadas por velhas caducas (1 Tm 4.7), que promovem controvérsias em vez de edificação do povo de Deus na fé (1 Tm 1.4). Entre os próprios judeus havia dessas fábulas, histórias fantasiosas (Tt 1.14). E já que as pessoas preferem os mitos à verdade (2 Tm 4.4), Timóteo e Tito, a quem Paulo escreveu essas passagens, deveriam adverti-las contra os mitos. A advertência era necessária, pois os cristãos das igrejas sob a responsabilidade deles vinham de uma cultura permeada por mitos.

O próprio Paulo se deparou várias vezes com esses mitos. Uma delas foi em Listra, quando a multidão confundiu, a ele e a Barnabé, com os deuses do Olimpo (At 14.11). Outra vez foi em Éfeso, quando teve de enfrentar o mito local de que uma estátua da deusa Diana havia caído do céu, da parte de Júpiter, o chefe dos deuses (At 19.35). Em todas as ocasiões o apostolo procurou afastar as pessoas dos mitos e trazê-las para a fé na ressurreição de Jesus Cristo. Quando escreveu aos Romanos, um povo imerso em mitos religiosos, descreveu no capítulo primeiro da sua carta a origem das religiões humanas: criações oriundas da recusa do homem em aceitar a verdade de Deus. Ao rejeitar a revelação divina, os homens inventaram para si deuses e histórias sobre esses deuses, que são os mitos das religiões pagãs (Rm 17.32).

*Parte integrante do Livro: O Que Estão Fazendo com a Igreja, Augustos Nicodemus – Editora Mundo Cristão
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